sábado, 19 de janeiro de 2013

Hipertensão Arterial Sistêmica

          Esta é uma doença de grande importância, pois estima-se que 15% a 20% da população brasileira adulta possa ser considerada hipertensa, podendo ocorrer também em crianças e adolescentes. É também uma afecção que leva a cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e faltas ao trabalho em nosso meio.
           A hipertensão arterial é o aumento desproporcionado dos níveis da pressão arterial em relação, principalmente, à idade. A pressão arterial normal num adulto alcança um valor máximo de 140 mmHg (milímetros de mercúrio) e mínimo de 90 mmHg. Valores maiores e repetidas vezes alterados, indicam hipertensão (pressão alta).
            A incidência de pressão alta é observada em relação a:
 - OBESIDADE: por si só ela sobe a pressão. Também aumenta a retenção de sal. 
- SAL (cloreto de sódio): os mecanismo ainda não estão explicados, mas é provado que sal em excesso eleva e sua redução faz cair a pressão. 
 - FALTA DE EXERCÍCIO: o sedentarismo atua por mecanismos iguais aos da obesidade. A atividade física regular diminui a pressão em cerca de 15% a 20%.
 - COLESTEROL ELEVADO: aumenta o risco de entupimento dos vasos. A hipertensão agrava o quadro aumentando a chance de problemas cardíacos.
 - BEBIDAS ALCOÓLICAS: a doença é duas vezes mais frequente entre as pessoas que bebem demais do que entre os que consomem com moderação.
 - STRESS: doses elevadas dos hormônios adrenalina e noradrenalina contraem as artérias, exigindo um maior esforço do coração.
 - HERANÇA GENÉTICA: filhos de pais com pressão alta têm o dobro de chances de manifestar a doença.
 - IDADE E SEXO: o risco aumenta a partir dos 30 anos nos homens e depois da menopausa nas mulheres.
 - ETNIA: a população negra apresenta maior número de casos. As causas não são completamente conhecidas.
 - TABAGISMO: a nicotina aumenta a pressão arterial. Frequentar ambientes com pessoas fumando também é prejudicial.
            As causas que provocam a pressão alta são muitas e variadas. Na maioria dos casos, a causa é desconhecida ou não está bem definida. Entre as causas conhecidas estão as doenças dos rins, das glândulas (endócrinas), do sistema nervoso, o abuso de certos medicamentos e a gravidez.
            Na primeira fase a hipertensão arterial não apresenta sintomas, mas, à medida que os anos vão passando, eles começam a aparecer. Os mais comuns são: dor de cabeça, falta de ar, enjôos, visão turva que pode estar acompanhada de zumbidos, debilidade, sangramento pelo nariz, palpitações e até desmaios.
            A melhor forma de prevenir a doença é mediante um controle periódico (medir a pressão), não abusar das comidas com sal, caminhar e evitar o fumo e o café, que aumentam a pressão arterial. Em resumo, tentar modificar o estilo de vida.
            A importância da pressão alta não está nos sintomas, mas nas graves complicações que podem provocar um infarto agudo de miocárdio ou um derrame cerebral e até a morte de forma instantânea. A pressão arterial elevada crônica afeta órgãos nobres do organismo, trazendo como  conseqüências:
- Derrame cerebral
- Infarto do miocárdio
- Insuficiência cardíaca
- Insuficiência renal
- Alterações graves de visão
 
         Quando associada ao vício do fumo, colesterol elevado, diabetes, obesidade, sedentarismo, estresse, os efeitos deletérios serão mais precoces e graves.
         O diagnóstico da hipertensão arterial é basicamente estabelecido pelo encontro dos níveis tensionais permanentemente elevados acima dos limites de normalidade, quando a pressão arterial é determinada por métodos e condições apropriadas. Portanto, a medida da pressão arterial é o elemento chave para o estabelecimento do diagnóstico da hipertensão arterial.
            Há três formas de aferir a pressão arterial: 

·        Medida Indireta da Pressão Arterial

        A medida da pressão arterial, pela sua importância, deve ser estimulada e realizada, em toda a avaliação de saúde, por médicos de todas as especialidades e demais profissionais da área da saúde.
        O esfigmomanômetro é o aparelho ideal para essas medidas, entretanto ele deve ser periodicamente testado e calibrado. O paciente deve ficar sentado, em ambiente calmo com temperatura agradável e não deve estar com a bexiga cheia, nem ter praticado exercícios, nem ter ingerido bebidas alcóolicas ou café, ou ter fumado até 30 minutos antes das medidas. O paciente não deve falar durante o procedimento. Após o registro das medidas, o paciente deve ser informado sobre os valores de pressão arterial e a possível necessidade de acompanhamento.
         Em cada consulta, deverão ser realizadas no mínimo duas medidas, com intervalos de 1 a 2 minutos. As medições na primeira avaliação na primeira avaliação devem ser obtidas em ambos os membros superiores. As posições recomendadas na rotina para a medida de pressão arterial são sentada e/ou deitada. De acordo com a situação clínica, recomenda-se que as medidas devam ser repetidas em pelo menos duas ou mais visitas. Nos indivíduos idosos, a pressão arterial também deve ser medida em pé (posição ortostática) 

·        Medida Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA)

        A MAPA é um método automático de medida indireta da pressão arterial durante 24 horas, enquanto o paciente realiza suas atividades rotineiras, inclusive durante o sono.
        É importante ressaltar que ainda não existe evidência de que esse método deva ser empregado na avaliação rotineira do paciente hipertenso, não substituindo portanto, a avaliação clínica do paciente e a medida da pressão arterial de consultório. 

·        Medida Domiciliar e Automedida da Pressão Arterial

        Os aparelhos eletrônicos devidamente validados e calibrados são os mais indicados para a medida da pressão arterial domiciliar. Os aparelhos de medida de pressão arterial no dedo não são recomendados.
Esses procedimentos são úteis para:
·        Identificar a hipertensão do avental branco ( de consultório isolada);
·        Avaliar a eficácia da terapêutica anti-hipertensiva;
·        Reduzir custos.

         Os tratamentos são destinados a manter a pressão arterial dentro dos limites normais, por um lado insistindo nas formas acima descritas de prevenção, e por outro, mediante medicamentos que, por diferentes ações, mantêm a pressão dentro dos limites normais. Os fármacos mais receitados são os diuréticos, os betabloqueadores e os vasodilatadores.
1)      Contate seu médico cardiologista;
2)      A presença de valores da pressão arterial elevados, (diversas formas de hipertensão), conduz a médio e longo prazo, a elevados riscos para a saúde. Estes riscos dizem em particular respeito às artérias, mediante o seu endurecimento causado por depósitos nas paredes vasculares (arteriosclerose). Como resultado, o fornecimento do sangue a órgãos vitais é insuficiente (coração, cérebro, músculos). Por outro lado, o coração, quando os valores da pressão permanecem superiores aos níveis normais por um longo período de tempo, pode sofrer danos estruturais;
3)      As causas da hipertensão são múltiplas: deve diferenciar-se hipertensão primária comum (essencial) da hipertensão secundária. Este último grupo pode ser circunscrito a disfunções orgânicas específicas. Você deve sempre consultar o seu médico para obter informações sobre as possíveis origens dos seus valores elevados;
4)      Há certas medidas que podem ser tomadas, não só para reduzir a pressão arterial comprovada pelo médico, mas que podem também ser adotadas para a sua prevenção. Estas medidas dizem respeito ao seu modo de vida. 

A)    Hábitos alimentares:
        · Tente manter um peso equilibrado para a sua idade. Livre-se do excesso de peso;
        · Evite o consumo excessivo de sal;
        · Evite os alimentos gordos.

  B)    Doenças anteriores:
   Siga cuidadosamente as instruções do médico para o tratamento de doenças tais como:
· Diabetes (diabetes mellitus);
· Disfunções do metabolismo;
· Gota.

 C)    Consumo de substâncias nocivas:
        · Deixe de fumar;
        · Modere o consumo de bebidas alcoólicas;
        · Reduza o consumo de cafeína (café).

 D)    Forma física:
        · Pratique esportes regularmente - após ter feito um check-up médico;
        · Escolha esportes que requeiram resistência física e não força;
        · Não se esforce até atingir o seu limite da forma física;
        · Se sofre de alguma doença e/ou tem mais de 40 anos, antes de iniciar qualquer atividade desportiva, você deve consultar o médico cardiologista, que lhe recomendará o tipo de esporte adequado ao seu caso, e a intensidade com que o deve praticar.