O estresse constitui problema, quando o estado de tensão interior diante
da perspectiva de situações ameaçadoras torna-se permanente, crônico,
pois cada vez que nosso psiquismo percebe o perigo, envia ordens ao
sistema endócrino e as glândulas suprarrenais liberam substâncias na
corrente sanguínea, que preparam o organismo para um possível combate.
Esse mecanismo é fisiológico e natural.
Estresse uma
ocorrência fisiológica e normal no reino animal. O Estresse é a atitude
biológica necessária para a adaptação do organismo à uma nova situação.
Em medicina entende-se o Estresse como uma
ocorrência fisiológica global, tanto do ponto de vista físico quanto do
ponto de vista emocional. As primeiras pesquisas médicas sobre o Estresse estudaram toda uma constelação de alterações orgânicas produzidas no organismo diante de uma situação de agressão.
Fisicamente o Estresse aparece quando o
organismo é submetido à uma nova situação, como uma cirurgia ou uma
infecção, por exemplo, ou, do ponto de vista psicoemocional, quando há
uma situação percebida como de ameaça.
De qualquer forma, trata-se de um organismo submetido à uma situação
nova (física ou psíquica), pela qual ele terá de lutar e adaptar-se,
conseqüentemente, terá de superar. Portanto, o Estresse é um mecanismo indispensável para a manutenção da adaptação à vida, indispensável pois, à sobrevivência.
Do ponto de vista psíquico o Estresse se traduz na Ansiedade. A Ansiedade é, assim, uma atitude fisiológica (normal) responsável pela adaptação
do organismo às situações de perigo.
De frente para o perigo nossa performance física faz coisas
extraordinárias, coisas que normalmente não seríamos capazes de fazer em
situações mais calmas. Se não existisse esse mecanismo que nos coloca
em posição de alerta ou alarme, talvez nossa espécie nem teria
sobrevivido às adversidades encontradas pelos nossos ancestrais.Embora a
Ansiedade favoreça a performance e a
adaptação, ela o faz somente até certo ponto, até que nosso organismo
atinja um máximo de eficiência.
À partir de um ponto excedente a Ansiedade,
ao invés de contribuir para a adaptação, concorrerá exatamente para o
contrário, ou seja, para a falência da capacidade adaptativa. Nesse
ponto crítico, onde a Ansiedade foi tanta que
já não favorece a adaptação, ocorre o esgotamento da capacidade
adaptativa.
Se, em épocas primitivas o coração
palpitava, a respiração ofegava e a pele transpirava diante de um animal
feroz a nos atacar, se ficávamos estressados diante da invasão de uma
tribo inimiga, hoje em dia nosso coração bate mais forte diante do
desemprego, dos preços altos, das dificuldades para educação dos filhos,
das perspectivas de um futuro sombrio, dos muitos compromissos
econômicos cotidianos e assim por diante.
Como se vê, hoje nossa Ansiedade é continuada e crônica. Se a adrenalina antes aumentava só de vez em quando, hoje ela está aumentada quase diariamente.
A Ansiedade aparece em nossa vida como um
sentimento de apreensão, uma sensação de que algo está para acontecer,
ela representa um contínuo estado de alerta e uma constante pressa em
terminar as coisas que ainda nem começamos. Desse jeito nosso domingo
têm uma apreensão de segunda-feira e a pessoa antes de dormir já pensa
em tudo que terá de fazer quando o dia amanhecer. É a corrida para não
deixar nada para trás, além de nossos concorrentes. É um estado de
alarme contínuo e uma prontidão para o que der e vier.
SINTOMAS ASSOCIADOS À ANSIEDADE CRÔNICA
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01 - tremores ou sensação de fraqueza
02 - tensão ou dor muscular
03 - inquietação
04 - fadiga fácil
05 - falta de ar ou sensação de fôlego curto
06 - palpitações
07 - sudorese, mãos frias e úmidas
08 - boca seca
09 - vertigens e tonturas
10 - náuseas e diarréia
11 - rubor ou calafrios
12 - polaciúria (aumento de número de urinadas)
13 - bolo na garganta
14 - impaciência
15 - resposta exagerada à surpresa
16 - dificuldade de concentração ou memória prejudicada
17 - dificuldade em conciliar e manter o sono
18 - irritabilidade
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Ansiedade pode levar a arritmias? Sim, e com certeza é a sua maior causa.
Nosso
corpo e cérebro estão sempre preparados a responder a desafios, desde
um atraso em um compromisso importante até um acidente na rua. Quando
este sinal de alerta ocorre o cérebro libera algumas substâncias que
provocam diversas alterações no nosso corpo:o coração começa a bater
mais depressa, as pupilas se dilatam, aumenta a quantidade de sangue nos
nossos músculos e cabeça, diminui a quantidade de sangue nos intestinos
entre outras coisas. Tudo para que nos possamos ficar mais alertas e
prontos para reagir.
Apesar do corpo realizar diversas mudanças, normalmente não sentimos nada. Não
é incomum que após algum stress algumas pessoas sintam dor de cabeça,
um pouco de aceleração no coração, irritabilidade ou até mesmo vontade
de ir ao banheiro.
A ansiedade é saudável, necessária para que possamos estar alertas, atentos e disponíveis para enfrentar situações inesperadas.
A sensação do coração batendo forte (palpitações)
é uma das manifestações mais comuns da ansiedade. Nem sempre estão
associadas com alterações dos batimentos cardíacos mas o simples fato de
sentir o coração bater é muito incômodo.