Nos últimos quinze anos a doença aterosclerótica cardiovascular tornou-se freqüente, ocasionada por um bloqueio parcial ou completo (estenose) das artérias que fornecem sangue ao coração (artérias coronarianas). O coração é composto basicamente por duas artérias coronarianas, na maioria dos casos, esquerda e direita, a coronária esquerda e subdividida em coronária circunflexa e coronária descendente anterior. Qualquer obstruçao maior que 40-50% pode levar a alterações do fluxo sanguíneo e uma série de consequências de que, certamente, o mais grave é o Infarto Agudo do Miocardio.
Os mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de uma obstrução parcial ou completa da artéria coronariana são: pressão alta, diabetes e aumento de gordura no sangue. Em alguns pacientes, há apenas um fator, em outros podem haver dois ou três fatores de risco, estes fatores ajudam a desenvolver a doença aterosclerótica que obstrui as atérias coronarianas do coração.
Quando ocorre obstrução de alguma artéria coronariana do coração com comprometimento do fluxo sanguíneo, esta ocasiona isquemia miocardica e sintomas (como angina, falta de ar, cansaço). O cardiologista através da angiografia ou(Cinecoronariografia) ou a grosso modo popularmente conhecido como"cateterismo cardiaco" pode visualizar as obstruções nos vasos coronarianos e programar a forma de intervenção (cirurgia ou angioplastia com stent).
Os stents têm sido usados para tratar a Doença Arterial Coronariana (DAC) por mais de uma década. Agora é uma prática comum inserir um stent para manter uma artéria coronariana aberta e sustentar o fluxo sanguíneo após uma angioplastia. A aplicação de stent é um procedimento minimamente invasivo durante o qual um stent e um balão são usados juntos para empurrar depósitos de placa dentro de uma artéria coronariana para se tratar a doença cardíaca obstrutiva coronariana.
Um stent coronário é um tubo minúsculo, expansível e em forma de malha, feito de um metal como o aço inoxidável ou uma liga de cobalto. Os stents podem ajudar a reduzir o bloqueio ou estreitamento recorrente após um procedimento de angioplastia. Uma vez que o stent seja implantado, ele ficará em sua artéria permanentemente.
O Procedimento Com Stent
Como em qualquer procedimento de angioplastia, um stent é montado em um balão minúsculo que é aberto dentro de uma artéria coronariana para empurrar a placa e restaurar o fluxo sanguíneo. Após a placa ter sido comprimida contra a parede arterial, o stent é completamente expandido para sua posição, agindo como um "andaime" em miniatura para a artéria. Então, o balão é desinflado e removido, e o stent é deixado para trás na artéria coronariana para ajudar o vaso sanguíneo a se abrir. Para alguns pacientes, poderá ser necessário colocar mais de um stent na artéria coronariana, dependendo do comprimento da obstrução.
Os procedimentos com stent podem ter uma vantagem sobre a angioplastia sozinha (somente com balão como antigamente), porque os stents fornecem um suporte estrutural permanente para impedir que a artéria coronariana se feche novamente (o que é também conhecido como reestenose), embora a reestenose ainda possa ocorrer.
Stens de Eluição de Fármaco
Além de fornecer suporte estrutural à artéria coronariana, alguns stents também têm um revestimento medicamentoso para ajudar a impedir que o vaso se feche novamente. Os stents de metal puro e com eluição de fármaco podem efetivamente reabrir artérias coronarianas.
O uso de stents pode, em raras ocasiões, resultar naquilo que é conhecido como trombose do stent. A trombose do stent é um coágulo sanguíneo que ocorre após a implantação do stent. Em uma pequena porcentagem de pacientes que recebem stents, as células sanguíneas podem tornar-se pegajosas e acumularem-se, formando uma pequena massa – ou coágulo. Quando um coágulo sanguíneo se forma, ele pode bloquear o livre fluxo do sangue por uma artéria, e pode causar um ataque cardíaco ou mesmo a morte. A trombose do stent pode ocorrer em pacientes com stents de metal puro ou de eluição de fármaco. Para evitar a trombose do stent usa-se antiagregantes plaquetários como o clopidogrel, plasugrel, brilinta.
O mais importante que você pode fazer é seguir as recomendações do seu cardiologista, tomando medicações antiagregantes, também conhecidas como terapias antiplaquetárias duplas (aspirina com clopidogrel). É muito importante não parar de tomar esses medicamentos antes que o seu cardiologista lhe diga para fazer isso.
Os stents com eluição de fármaco são utilizados em determinados casos em que a chance de reestenose é maior como nos pacientes diabéticos, lesões longas, complexas que deve ser discutido com o cardiologista intervencionista.
A angioplastia coronariana com implante do stent deve ser realizada por um cardiologista intervencionista com Título de especialista, fornecido através de prova pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Intervencionista. A angioplastia coronariana é considerada um procedimento cardiológico invasivo e não uma cirurgia. Neste procedimento não é realizado corte com bisturi, mas sim punção arterial com agulhas para acesso vascular.