domingo, 12 de agosto de 2018

Por que devemos fazer risco cirúrgico?

Por que devemos fazer o Risco Cirúrgico?
 
       Dona Josefa vem a sua primeira consulta com cardiologista para uma avaliação de risco cirúrgico. Ela tem 72 anos, hipertensa, diabética, dislipidemica e tem história de infarto do pai com 50 anos.Ela está com pressa quer operar logo de uma hérnia na coluna, uma cirugia que demora 04 horas com anestesia geral. Me diz na consulta que está ótima e que tem apenas um cansaço aos esforços, mas que toma todos os remédios regularmente. 
        Explico para ela os perigos de uma anestesia na sua idade e a necessidade de fazer exames cardiológicos complementares, como uma angiotomografia coronariana. Ela sai muito brava e relutante mas  faz o exame. No retorno observo pelos exames que ela tem duas placas graves nas coronárias do coração  com risco de infarto iminentes. Explico que precisa realizar urgente o tratamento primeiramente do coração com revascularização usando Stents e após 06 meses reavaliar para poder tratar a coluna.
        Esse é um caso típico que encontramos no consultório e  que as pessoas dão pouco valor aos risco cirúrgico. Mas oque devemos lembrar que como ocorreu neste caso e em outros estamos salvando vidas e evitando o infarto e morte.
            Um dos pedidos mais comuns feitas aos cardiologistas  é avaliar os riscos cardíacos perioperatórios de cirurgia não cardíaca. Uma vez que o médico estima o risco de um paciente, ele ou ela pode ser capaz de aplicar medidas para diminuir o risco para o paciente e melhorar o resultado da cirurgia.
          Frequentemente, nestes casos, uma avaliação é feita pela primeira vez para tratar os fatores de risco cardíacos no paciente submetido a cirurgia. Esta oportunidade é muitas vezes limitada por restrições de tempo e um breve contato com o paciente, especialmente se a cirurgia é semi-urgente ou pré-agendada em curto prazo. 
           O principal objetivo do risco cirúrgico  é avaliar o risco de infarto do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), parada cardíaca ou morte cardíaca durante o perioperatório, que são as causas mais comuns de morbidade e mortalidade com a cirurgia não cardíaca. A taxa de mortalidade dos pacientes no perioperatório com infarto do miocárdio prévio é substancial, variando de 30% a 50%.
             Existem vários fatores a serem considerados na avaliação dos riscos cardíacos de anestesia e cirurgia. Estes são geralmente divididos em riscos relacionados ao paciente e específico da cirurgia e assim devem ser levados em consideração para a realização de exames cardiológicos específicos. Os fatores a serem considerados na avaliação do risco cardíaco:
1-Fatores relacionados aos pacientes
-Idade (>70 anos)
-As doenças crônicas (por exemplo, doença arterial coronariana, diabetes mellitus, hipertensão)
- Estado funcional
- Uso de medicamentos
- Os dispositivos implantáveis (como marcapasso)
- Cirurgias anteriores
2- Fatores relacionados à cirurgia
-Tipo de cirurgia (por exemplo, vascular, endoscopia, abdominal)
-Urgência da operação (por exemplo, emergência (<24 horas), urgente (>24 horas) ou eletiva)
-Duração da operação, possibilidade de perda de sangue e de fluidos
3- Fatores relacionados com o teste cardiológicos solicitados
- A sensibilidade e a especificidade de um teste cardiológico
 
         O cardiologista deve juntar todos estes fatores citados previamente como tipo de cirurgia, características clínicas do pacientes e exames complementares cardiológicos (se necessários) e estipular o risco cardiológico. Que pode ser Baixo risco (chance de eventos <1%), Moderado Risco (chance de eventos <9%) e Alto Risco (chance de eventos <22%) segundo Goldman.

 
 



quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Oque o estresse tem a ver com o coração?

http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?id=15844&edt=44&noticia=o-que-o-estresse-tem-a-ver-com-o-seu-coracao

Oque o estresse tem a ver com o seu coração?

       Senhor Joao 60 anos, desempregado e com a filha doente, vem ao consultório com sintomas de estresse exacerbado e não entende porque nos últimas semanas sua pressão está descontrolada e sente muitas palpitações.

        O colesterol alto, que causa a hipertensão e obstrui as artérias do coração, é um dos efeitos do excesso de estresse. A ansiedade aumenta a liberação de cortisol no organismo, hormônio que faz crescer a concentração de glicose no sangue, desencadeando problemas como diabetes, altos níveis de triglicérides e descontrole de colesterol. ⠀
         Cada vez que você fica ansioso, a quantidade de radicais livres que passam a circular no seu organismo aumenta. Com a ansiedade, a presença dos radicais livres no organismo aumenta, podendo gerar o agravamento de problemas cardíacos. Isso porque eles interagem com o colesterol em excesso no organismo, formando placas nas paredes dos vasos sanguíneos, além de piorar certas doenças inflamatórias e causar envelhecimento. O estresse aumenta a produção de adrenalina e cortisol.

           A adrenalina é um deles atua aumentando os batimentos cardíacos e a pressão arterial, o que pode culminar em um ataque cardíaco e até levar a morte. Já o cortisol, outro hormônio liberado durante situações de estresse, pode causar mortes em pessoas que já tenham doenças cardiovasculares, segundo um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 

         Para chegar a tal conclusão, pesquisadores observaram o comportamento de mais de 800 voluntários com mais de 65 anos e com histórico de problemas cardíacos. No período de três anos, cerca de 180 destas pessoas que estavam sendo acompanhadas morreram. A quantidade de cortisol que circulava no organismo delas era maior do que a esperada. Esse aumento está relacionado a complicações cardiovasculares. Segundo os números levantados no estudo, para as pessoas que não sofrem com doenças cardiovasculares os problemas causados pelo cortisol são quase imperceptíveis, mas para pessoas que tem histórico de doenças do coração, o aumento nos níveis desse hormônio eleva o risco de morte em até cinco vezes.

         Nós cardiologistas aconselhamos quem sofre com problemas cardíacos a fugir de fatores estressores para aliviar os sintomas do estresse. Alguns hábitos podem ser incorporados à rotina para evitar danos fatais. Atividades físicas regulares, alimentação balanceada, sono sem interferência de ruídos já são de grande ajuda no combate ao inimigo. Além deles, claro, há inúmeras formas de manter a saúde do coração em perfeito estado, como manter os níveis de colesterol estáveis, não fumar, não estar acima do peso, entre outros. 
Por isso, regularmente consulte seu cardiologista.